quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

oh, buk!

there's a bluebird in my heart that wants to get out, but I'm too tough for him. I say, stay in there, I'm not going to let anybody see
you.

there's a bluebird in my heart that wants to get out, but I pour whiskey on him and inhale cigarette smoke, and the whores and the bartenders and the grocery clerks never know that he's in there.


there's a bluebird in my heart that wants to get out, but I'm too tough for him, I say, stay down, do you want to mess me up? you want to screw up the works? you want to blow my book sales in Europe?

there's a bluebird in my heart that wants to get out, but I'm too clever, I only let him out at night sometimes when everybody's asleep. I say, I know that you're there, so don't be sad. then I put him back, but he's singing a little in there, I haven't quite let him die, and we sleep together like that with our secret pact.


and it's nice enough to make a man weep.

but I don't weep.

do you?

 

- Charles Bukowski

sexta-feira, 25 de março de 2011

Anseio


Não sei o que anseio
No seio do fundo da alma
Mas sei que o anseio que veio
Ficou pra tirar-me a calma

É uma sensação que intriga
Um frio na barriga sem razão
É ouvir cair a chuva, sua amiga
E não conseguir acalmar o coração

Tento, sem sorte, encontrar remédio
Poção ou antídoto que me devolva paz
Num bar, nos amigos, na fachada de um prédio
E vou me enganando cada vez mais

A solução é persistir buscando
Alívio - mesmo que passageiro
As feridas do dia se renovando
E o anseio, sempre meu companheiro.

domingo, 18 de outubro de 2009

Monocromático.


No seu bosque interior
Ela procura, sem sorte,
Dentre as árvores multicor
A que lhe aponte um norte

Incansável em sua busca
Deixa marcas no caminho
Com uma ideia que lhe ofusca
Não dá pra ser feliz sozinho

Não precisa ser eterno
Contanto que seja terno
Não importa se é seguro
Ou está em cima do muro

Há de ser bem diferente
Não precisa nem ser urgente
A menina aprendeu a esperar.





still: Who's afraid of the wolf? de Maria Prochazkova

domingo, 17 de maio de 2009

Retrô-Expectativa

Refletir sobre os últimos dias
É o que torna mais difícil voltar
Andei por ruas um pouco mais frias
Guardei na mala todo o pesar


Acordando embalada por novas melodias
Adormecendo a qualquer som familiar
Trocando, como quem troca figurinhas
Histórias contadas e anedotas a contar


Despertada para hábitos esquecidos
Com a bagagem um tanto quanto maior
Sinestesia de todos os meus sentidos
Quando lá o sol se dorme em mi menor


O som que ouço vem como um aviso
Para o pouso não falta muito mais
Agora o que resta é só isso
Cintos afivelados e poltronas verticais

domingo, 3 de maio de 2009


I take a breath and pull the air in 'til there'snothing left
I'm feeling green like teenage lovers between the sheets
Knuckles clenched to white as the landinggear retract for flight
My head's a balloon inflating with thealtitude
I watch the patchwork farms' slow fade intothe ocean's arms
And from here they can't see me stare
The stale taste of recycled air


The Postal Service - Recycled Air

Metaformose.

pensamentos aleatórios
Evoluir é fazer nascer
Dentro de si a vontade
E necessidade de ser
Não importa o quê
Em qualquer formato
Sem se saber exato
Transcender o físico
Fracionar um em vários
E depois reuní-los num ato
É aceitar o fato
De que, nesse Universo tão vasto,
Somos apenas partículas
Nossos corpos marcados
São só bolhas de ar
Sempre em ascensão
Desbravando a massa hídrica
Para na superfície brotar
Continuar o ciclo
Um dia, quem sabe, voltar.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Em canto.

O encanto só se encontra
Na saia rodada da menina
Naquele bar daquela esquina
Onde idéias e lendas se contam

Seu paradeiro, espelho da gente,
Está em constante mudança
Um beijo, um sorriso, um presente
Uma cantiga antiga na lembrança

A mesa cheia no almoço domingo
O momento de maior introspecção
O som da telha quando cai um pingo
Os amigos sem um pingo de noção

Para onde vai o encanto?
Por que tanto se esconde?
Deixa sinais em todo o canto
Indicando seu próximo onde

Mas melhor do que descobrir
Pra onde é que esse encanto escapa
É encontrar em nosso ir
Caminhos que não cabem nos mapas.

terça-feira, 10 de março de 2009

Alma de Poeta.

Alma de poeta vai do roque à bossa
Ou melodia qualquer que consiga expressar
Intimidade sua sem dar vez à prosa
E enquanto há fonema, insiste em rimar


É alma que não tem pressa
De viver os sonhos mais estranhos
Todos os seus pecados confessa
Com a beleza e paixão de gerânios

Quando o vento lhe sopra, versa
E a vida fica mais bela
Sentimentos na chuva dispersa
E os transforma em arco-íris pra ela

Ser poeta é ter em papel e caneta
Homenagem à inspiração
É ver o mundo com os olhos
E enxergá-lo com o coração.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Avesso.

Fazes tua melodia
Teus versos do avesso
Constróis tua poesia
Que não tem pé nem começo

Mexes com meu brio
E minha tão pouca confiança
Passa a pender por um fio
De inútil perseverança

Tocas-me com acordes
Desfilas tuas harmonias
Para encher de recordes
As minhas idéias vazias

Esses avessos de versos
Esses acordes sem ter,
Afinal, não muita harmonia
Tem me ensinado a viver.

Cíclico.

Passarinho voa em círculos
Temendo da ilha partir
Cíclico sobre o azul infinito
Seu dorso furta-cor a reluzir

Passarinho não encontra barreiras
É livre para ir e vir
E em trajetórias costumeiras
Já não consegue se definir
Coragem, passarinho!
Sobrepõe-te às fronteiras,
Mesmo que imaginárias,
E vai infinito pra onde queiras.

domingo, 1 de março de 2009

Contra o Tempo

A chave de tudo é o tempo
Que não nos foi amigo fiel
Fez tudo parecer contratempo
Simulou emoções de papel

Se eu pudesse voltar atrás
De fato, não sei o que faria
Talvez me esforçasse mais
Para não parecer tão vazia

Mas só há real aprendizado
Após viver real desventura
E só quando andarmos lado a lado
Acabar-se-á esta amargura

Pois dói o mal que te causei
E é fruto de um coração imaturo
Que precisa de máquina do tempo
Por não querer destruir o futuro.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Coração.

Dentro de uma invisível prisão
Sangra um invisível coração
Com suas asas cortadas,
E vontades encarceradas

Nessa invisível masmorra
Por toda a eternidade
Torcerá para que não morra
Invisível liberdade.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Efêmero.

Ela olha pela janela
É o tempo que vai passando
Os anos, se completando
Ah meu Deus, e haja vela!

Já somam agora mais de vinte,
Não sabe se outonos ou primaveras
Só sabe que não mais voltam
As estações vividas por ela.

Poente.

Entrelaçando notas
Vamos seguindo juntos
Traçando nossas rotas
Por qualquer lugar do mundo

Nossa individualidade
Não é mais tão relevante
A soma das duas partes
É bem mais interessante

Abre agora tua janela
Vê o azul que te envolve
E me encontras nessa tela,
O toque cor-de-rosa que teu céu dissolve.

Realce.

Era teu sorriso
Era o segredo
Era de brinquedo
De todo, impreciso

Foi sem pretensão
Tá na contra-mão
Há uma indagação
Por vir sem aviso

Lia um verbo belo
Via o amarelo
Dentre tanto cinza
E tanta confusão

Por que não é fato
Não se sabe exato
Faltou a permissão
Deste coração.